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terça-feira, 16 de março de 2010

Relações exteriores



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Tenho evitado discutir aspectos da política externa e negociações internacionais do Brasil. Sigo o conselho que recebi de meu parente José Carlos de Macedo Soares, duas vezes Ministro das Relações Exteriores do Brasil : “Negociações internacionais são como o iceberg. A maior parte fica escondida”. Mas, algumas posições e declarações dos Senhor Lula da Silva, a respeito, obrigam-me a algumas apreciações.
O Barão do Rio Branco, nosso grande Chanceler, estabeleceu o principio de que a política básica do Brasil, nas suas relações internacionais, é a de não interferência nos negócios internos de outros países. Sábia política, ao contrario da dos Estados Unidos que, teima em interferir nos negócios internos de outros países.Dá como desculpa a preocupação com sua segurança que, é sua fixação mórbida. Por isto mantém uma infinidade de bases americanas ao redor do mundo, com infindáveis custos ao contribuinte americano. Mas, nem por isto consegue impedir ataques terroristas, como o de Setembro de 2001 às torres gêmeas em New York.
Sou de opinião que a política de Rio Branco é a acertada. Mas, vamos ao Senhor Lula. Em recente visita à Cuba, para abraçar seus amigos, os ditadores irmãos Castro, confrontado com a morte de elemento da resistência à ditadura, por ocasião de sua visita, nada disse, argumentando que não desejava interferir nos negócios internos de Cuba. Só age assim quando interessam suas matizes ideológicas. Prestigiou , com sua visita, regime ditatorial que,ha mais de 40 anos, sufoca o povo cubano. Alias , sempre contraditório. No caso de Honduras, foi mais do que clara a intervenção do governo brasileiro nos assuntos internos daquele país, tentando, com a cumplicidade de Hugo Chavez, forçar o retorno de Zelaya á presidência, abrigando-o na embaixada brasileira.Apóia claramente as ditaduras de Chavez na Venezuela, Correa no Equador e Morales na Bolívia.No caso do Irã, se o governo daquele país insiste em realizar um programa nuclear sem a fiscalização da ONU, dá-lhe apoio Quando Ahmadinejad foi eleito com suspeita de fraude, provocando protestos internos, Lula foi dos primeiros a vir em seu socorro, interferindo nos negócios internos de outro país. Agora mesmo, meteu-se na disputa entre a Argentina e a Inglaterra sobre as ilhas Malvinas ( Falklands ) procurando agradar seus amigos peronistas, os Kirchner. Que tal perguntar aos habitantes das Malvinas ( Falklands) , se eles preferem ser cidadãos britânicos ou argentinos ? Os presos por motivos políticos no Irã e em Cuba, nunca ouviram do Senhor Lula palavras de protesto.É a política de dois pesos e duas medidas. Se o país é “amigo” não importa que transgrida os direitos humanos. E poderia continuar citando varias de suas declarações desastrosas em matéria de política internacional.
Em país presidencialista,o Presidente da República é o responsável e mentor da política externa.É auxiliado, na matéria, pelo seu Ministro das Relações Exteriores que, o aconselha e é responsável pela maquina que vai executar as diretrizes decididas.Mas, no governo Lula temos a esdrúxula situação de termos dois Ministros do Exterior: um o inefável Marco Aurélio Garcia, amigo de Chavez e outros do mesmo naipe, sentado no palácio presidencial, como assessor do Presidente para assuntos de política externa. Outro, Celso Amorim, conhecido por suas tendências antiamericanas,dirigindo o Itamaraty. Quem manda? Duvido que o Barão do Rio Branco aceitasse uma situação desta.
Política externa de um país é coisa muito séria. Não pode ficar aos cuidados de pessoas escravas de suas ideologias como Marco Aurélio Garcia ou, com posições, a priore, contra ou a favor de determinados países, como Celso Amorim. Por isto, quando leio declarações estapafúrdias do Senhor Lula da Silva em matéria de política externa, com graves repercussões à imagem do Brasil no exterior, não posso deixar de lembrar Francis Bacon, estadista inglês :
“ Nada há que seja tão prejudicial para uma nação como serem os espertos considerados sábios”.
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