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terça-feira, 15 de março de 2011

Progresso e natalidade

 

É fora de dúvida que, para o progresso harmônico de um país, seu desenvolvimento econômico, tem que ser acompanhado de igual desenvolvimento social. O tema “desenvolvimento social” tem sido abusivamente discutido pelos muitos diletantes que abundam em nossa vida pública sem que, aspectos fundamentais do problema sejam abordados.Ora, só pode haver desenvolvimento social desde que o povo tenha oportunidade de se educar e, educado aprenda, entre outras coisas, tratar de sua saúde. Isto é acaciano e desde Esparta o lema “mens sana in corpore sano” não sofre discussões É sabido, também .que, para se medir o crescimento de um país, em determinado período, o método mais usado é o de fazer correlação entre o crescimento de seu “PIB-Produto Interno Bruto” e o crescimento demográfico. O saldo positivo indica que houve progresso. Se um país, por exemplo, tiver crescimento de seu PIB de 3% ao ano e também aumento populacional de 3% ao ano, o seu progresso em termos de equação econômica foi zero. Sei que não é exatamente assim. Outros fatores são índices da melhoria e do progresso de um país, mas é fora de dúvida que os dois itens mencionados são dos mais importantes.

Não achamos que o Estado deva interferir no planejamento familiar, o qual deve estar sempre a cargo de cada família.O que o Estado deve fazer e, fazê-lo sem medo, por seus órgãos competentes de saúde pública, é política sistemática de esclarecimentos sobre o que é controle de natalidade, encorajando famílias de poucos recursos, principalmente das regiões mais pobres como o Nordeste, a terem somente filhos que possam criar. Os críticos virão logo dizendo: “Ao contrário. Todos devem ter tantos filhos quanto quiserem e,cabe ao Estado dar meios para sua criação”. Nada mais utópico. Não há pais no mundo que consiga isto. O que é preferível? Que famílias pobres, tenham de 10 a 15 filhos e no fim consigam criar quatro ou cinco, morrendo os outros de inanição e doenças ? Ou que os tenham somente em número que possam criá-los? E não pensem que o exemplo dado é raro. É comum no interior pobre brasileiro..

O Brasil já tem maturidade para encarar certas coisas de frente e, com seriedade. Além do aspecto do controle demográfico, completa revisão das leis que tratam da família e, mais claramente do sexo, tem que ser revistas. Sobre este ponto de vista, somos dos mais atrasados no mundo ocidental. Os conceitos de maioridade feminina, responsabilidade da paternidade, descriminalização do aborto e, mais do que nunca, leis que protejam, claramente, a mãe solteira, são assuntos que não podem mais esperar.

Alias, sobre esta questão do aborto, tão discutida atualmente,só a mulher deve decidir se deve realizá-lo ou não. Homens não devem opinar sobre o assunto, nem qualquer religião. E nada de incriminá-la pela sua decisão.

Deixemos de lado preconceitos e idéias atrasadas e, partamos para construir uma sociedade moderna, com juventude sadia, livre das peias que anacronismos legais ainda lhes estão impondo.

---X---

5 comentários:

Philippe D'Orleans IV disse...

Muito prezado sr. Jose,

O senhor começa bem sua tentativa de economista em algumas linhas; deveria ter parado na tentativa de sê-lo. Infelizmente, como todo bom ex-marinheiro de profissão e marinheiro de coração, sempre é tempo de navegar em águas mais profundas não é?!

Bom, o problema é que em certas águas poucos podem navegar e o sr., se me permite dizer, ainda é um aprendiz de marinheiro naquilo que se trata de economia política. Porém pelo bem da liberdade, nós todos aceitamos a bela e politicamente correta frase: liberdade de expressão, liberdade do erro, da bobagem, enfim, liberdade.

Pois bem vamos à critica, mais útil que minhas falácias acima, correto?! Alias, o que o senhor quis dizer com abusivamente discutido? Confesso que estou perplexo com tamanha estranheza de composição…

Seja como for, o senhor, já bem maduro, não devia entrar em contradição tantas vezes: fala de idéias atrasadas e cita lemas espartanos? Fala do crescimento do PIB vs Taxa de natalidade (correlação: o sr é engenheiro certo? Bom, deixa pra lá... faça correlação de séries sr. Jose, não de variáveis estáticas por favor, pelo bem da compreensão de todos... ) e depois diz saber que não é bem isso. Nisso disse a verdade, muito bem, palmas. Alias, citar Esparta é inteligente, encaixa perfeitamente em sua idéia abortista: eles só executavam a criança depois de constada a inutilidade social dela. Mas hoje os tempos são outros (estamos na modernidade) e podemos realizar a execução antes de qualquer constatação, correto?!

Infelizmente vou seguir nas observações, são tantas, depois trato de seu argumento.
Agora, queria que o sr. me explicasse por que escreve e utiliza essa estranha construção axiónimonica? Use o nós quando estiver falando por outras pessoas; quando emitir sua opinião sr. José, se limite a sua pessoa.

Pois bem, o senhor não acha que o Estado deva interferir no planejamento familiar. Será que o sr. acha isso mesmo? Desconfio do que faria se tivesse algum controle sobre tais políticas, melhor não pensar nisso... O Estado sr. jose deve, sim, providenciar meios para que todas as famílias sejam capazes de criar seus filhos, sejam eles quantos forem. Não há utopia nenhuma em afirmar que é possível conciliar crescimento populacional e crescimento econômico, sem que o primeiro seja limitado pelo último.

Lembre-se sr. Jose que foram essas mesmas politicas de consicentização, visando uma redução drástica das taxas de natalidade afim de obter menores déficits das contas públicas e possibilitar maiores investimentos e controle das variáveis macroeconomias (juros, inflação, etc, bom o sr. entende de economia né?) que levou Alemanha, Inglaterra e França a taxas de natalidade ridiculamente baixas, menores que suas taxas de reposição (procure na wikipidia se não souber). Hoje a França, apesar de na última década ter aumentado e muito suas taxas de natalidade, ano após ano, vê uma concentração elevadíssima de estrangeiros e já surge convulsões sociais seriíssimas. Já experimentou passear pelas ruas de Paris sr. Jose? É belíssima. Todos os trabalhos de pouco valor agregado, ou nas palavras do queridíssimo Bóris Casói: todos os últimos na escala do trabalho, são estrangeiros, ex colonizados de lugares distantes, como Côte d’ivoire,Cabo verde, India etc.

Philippe D'Orleans IV disse...

O argumento de que não há país no mundo (país viu, não pais) que seja capaz de lidar com tal política é falso. Primeiro, é preciso pontuar que não são todas as pessoas que querem e têm a coragem de criar dez ou quinze filhos. Aliás é uma população bastante reduzia sim. Ao contrário do que o sr. pensa. Seu pensamento é, me desculpe a franqueza, mas nasci com esse defeito, completamente infantil. Veja: “O que é preferível? Que famílias pobres, tenham de 10 a 15 filhos e no fim consigam criar quatro ou cinco, morrendo os outros de inanição e doenças?” . O preferivel sr. José é que todos, sim, todos tenham condições mínimas de sobrevivência. Atenção a palavra sr. José: mínimas. Isso não é utopia. Contentarmos-nos com um Estado fraco e pobre, incapaz de providenciar o mínimo em saneamento, saúde e educação é pouco para um bravo marinheiro. O sr deveria se envergonhar.

É preciso ter a coragem de dizer que devemos buscar um Estado onde as condições de existência mínimas sejam preenchidas; não é a mentalidade do povo (alias, coitado desse povo pobre que o sr. cita, se é que o sr. o entende) que deveria mudar, mas sim o Estado.

De um ponto de vista econômico, atualmente, concedo, é difícil. No entanto não precisamos de maneira nenhuma mudar o pensamento: a ideologia deve seguir sendo aquela que busque a justiça social. Se não pudermos alcançar um Estado capaz de fazer o mínimo conseguiremos o que? O sr já teve a curiosidade de olhar um índice de concentração de riqueza no Brasil? Veja e depois escreva outro artigo para nós. Adoro ver meus compatriotas empresários berrando: muito imposto, o que é isso?! De fato, o imposto é alto para o empreendedor e deveria ser reduzido, mas não sem uma reforma fiscal que taxasse mais fortemente a renda e a herança, não acha?! Não me incomodo com isso, trabalho numa grande asset manager na Europa e dou boa parte da minha renda ao Estado: acredita que eles criaram um auxilio para férias para pessoas pobres sr. Jose? Chama-se CAF Vacance. É uma espécie de Bolsa Férias para pobres. Mas não me incomodo sr. Jose, alias, me contento em ver aquele pobre negrinho, com seu pai mal falando o francês, pedindo esse auxilio, isso lhes da dignidade sr. Jose. É eu sei que estou em outro país e que eles podem manter taxas de déficit altíssimas, mas duvido que a idéia de taxação massiva como ocorre em alguns países da Europa agradaria nossa elite empresarial. Duvido que algum sr. do engenho moderno aceitaria isso (male est male aceita o Bolsa miséria do Estado )...

É verdade sr. Jose o Brasil já tem maturidade: até que enfim, depois de 500 anos, é bom crescer né? O que o sr. quis dizer com leis que protejam mães solteiras? Não quer criar um bolsa mãe solteira não né? (seus colegas aqui ficarão furiosos com o sr...) Sobre o aborto prezado sr. José, para que?

Philippe D'Orleans IV disse...

O senhor quer reduzir o Bolsa família via corte de natalidade?Hahaha. Palmas, estratégia brilhante:” Taxa de natalidade do Nordeste é reduzida e Brasil aumenta taxas de investimento para 50% do PIB. “
Sr Jose, sr. Jose, não sr. Jose.
Não! Só a mulher deve decidir sobre o aborto? Ah, claro. O pai da criança não deve decidir nada, a família também não, e por composição (os engenheiros aiment usar essa palavra né?) o Estado também não deverá. Bravo! Ça c’est superb, geniale votre idée! Tu es vraiment un talent monsiuer Joseph!
Escuta, esse papo de que religião não tem que opinar é coisa de comunista, sabe como é, não pega bem... E vamos direto ao ponto, não se trata de religião: o catolicismo. O catolicismo não deve interferir, certo? Bom eu acho que ele não interfere: ele se posiciona. Alias, o senhor acha que alguém deixa de abortar porque o santo Padre fala algo sobre isso? Os tempos mudarão sr. Jose, viu?! Ninguém se importa mais com o Santo Padre (uma pena em minha opinião). Alias se importassem nem filhos teriam antes do casamento...

Anacronismos legais, isso é demais. Agora as clínicas de aborto clandestinas não existem, ninguém aborta. Sr. Jose, a legalização do aborto é apenas um remendo para algo que já vem ocorrendo massivamente. Você sabe quantas crianças são abortadas por ano? Não? 44 milhões. Mas o sr. quer mais, quer a legalização aqui no Brasil, quer fazer o mesmo que foi feito em Portugal, legalizar algo que o povo não aceita, quer legalizar o PNH3. Pobre Brasil, pobre Brasil, pátria sofrida pela própria história, herança corrompida.

Vamos construir uma sociedade mais moderna: isso ai sr. Jose, boné na cabeça e skate no pé!!!

Risonhamente, despeço-me, aguardando uma útil postagem sua.

Ah eu respeito os mais velhos sim, desde que eles respeitem minha inteligência.

Anônimo disse...

Caramba, alguém atropelou o autor do artigo!

Anônimo disse...

Caramba, alguém atropelou o autor do artigo!