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terça-feira, 29 de junho de 2010

Políticos e tecnocratas

 

Quem deve dirigir um país? Políticos ou tecnocratas ? Que vem a ser tecnocracia? Ensinam-nos os compêndios que se trata de organização política e social fundada no predomínio dos técnicos. E que é um técnico?É um perito numa arte ou numa ciência. E o que é política? É a arte de governar os povos. Por conseguinte um bom político deve ser também um perito na arte de dirigir os povos. Assim, se levarmos avante esta linha de raciocínio, veremos que ambos são técnicos, cada um no seu campo de ação. Vamos, entretanto, classificar como técnicos os não políticos e, aos outros, chamemo-los de políticos. A competição entre um e outro, parece- me estéril, mesmo porque no estado moderno há lugar para técnicos e políticos. O que não se deve é colocar um no lugar do outro. Não se compreende que, em pastas ministeriais eminentemente técnicas, como por exemplo, Energia, Transportes , Comunicações, coloquem-se pessoas que não tenham o mínimo conhecimento técnico do assunto.Também seria desastroso colocar nestes lugares pessoas desprovidas do menor senso político, incapazes de ver as coisas além do ângulo estritamente técnico. A teoria de que só o político sabe governar é também inaceitável.

A participação ativa nos grandes debates que interessam à nacionalidade, seja na imprensa, no parlamento, ou na praça púbica, revela os líderes que se vão forjando na escaramuça das opiniões divergentes, tão benéficas para esclarecimento da opinião pública. Aqueles que passaram a vida inteira nas oficinas de trabalho, cercados pelos companheiros de profissão, sem tomar parte atuante nos problemas políticos que, o dia-a-dia do Governo de uma nação cria, dificilmente poderão exercer com eficiência postos políticos.

Evidentemente existem exceções. De Gaulle, militar toda vida, revelou no Governo de seu país, a França, sua notável figura de estadista. Mas, é um caso esporádico que não chega a dar razão aos que dizem:o estadista já nasce feito. Os Churchill, os Roosevelt, os Clemenceau, os Birmark ,os Cavour, os Disraeli, os Rodrigues Alves, estadistas natos, não são encontrados com facilidade. Por isto, a melhor escola onde os homens se preparam para governar seus semelhantes é mesmo a vida pública; em outras palavras, a própria carreira política, tão nobre quanto qualquer outra . Mas, é preciso também que os políticos, principalmente aqui no Brasil, se convençam de que o exercício do cargo político, em nação moderna, exige estudo dos problemas, trabalho e muito espírito de sacrifício. Não é só arranjar vantagens eleitoreiras.

Não vamos mergulhar o país nesta discussão estéril entre políticos e técnocratasVamos é procurar interessar a mocidade, os homens de bem deste país, inclusive aqueles já realizados em sua profissão, a participar mais ativamente da vida pública, dentro ou fora dos partidos, porque desta participação poderão sair as vocações de estadistas de que tanto necessitamos. E, nunca devemos esquecer o provérbio: “O burocrata administra o presente e explica o passado, ao passo que o estadista administra o futuro.” .

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