Conta-se história atribuída a Confúcio que, vale a pena repetir por ser muito útil nos tempos atuais.Os alunos perguntaram ao grande filosofo chinês: O que é necessário para um governante se conservar no poder?Respondeu Confúcio: É preciso que tenha bons exércitos para manter os inimigos afastados do seu país. É necessário manter o povo bem alimentado, porque a fome corrói as bases e a moral do país; e, finalmente, é mister manter a confiança do povo no seu governo. Perguntaram ainda os alunos:E se tivesse que eliminar uma dessas três qual escolheria? Eu abandonaria os exércitos pois sempre existiram, na história dos povos, nações que souberam manter seus inimigos afastados, usando diplomacia e sabedoria política. E se tivesse que escolher entre as duas últimas com qual ficaria, perguntaram ainda os alunos? Seria uma difícil escolha, respondeu Confúcio, mas eu apelaria para o sacrifício do povo, concitando-os à frugalidade, mas jamais permitiria, quaisquer que fossem os esforços necessários, que o povo perdesse a confiança no governo. E arrematou: Não é possível um governante manter-se no poder quando perdeu a confiança dos seus governados.”Ai está. Esta a síntese do sucesso ou insucesso de um governante, mesmo nos tempos atuais. Alem disto, no regime presidencialista a substituição de um presidente é sempre traumática. O instituto do impeachment é de difícil execução. Na própria pátria do presidencialismo, a tentativa da impeachment de Nixon, levou-o à renuncia pra evitar a crise na democracia americana. Aqui no Brasil o impeachment de Collor paralisou o país. O presidencialismo na América Latina, não raro traz o caudilho ou o ditador. E eles apelam para o recurso da força quando começam a perder a credibilidade perante seus governados. Que digam os Chavez, na Venezuela, Correa no Equador e Morales na Bolívia.
Em contrapartida,no regime parlamentarista é fácil trocar-se de governante quando este perde a confiança do povo. Pode-se trocar de líder dentro do mesmo partido, como vimos, na última guerra mundial Churchill substituindo Chamberlain, porque os ingleses tinham perdido em Chamberlain sua confiança na condução do conflito. Há muitos outros exemplos destas substituições na história da Inglaterra e de outros povos que adotam o regime parlamentarista, para mim, por este motivo e muitos outros, muito superior ao presidencialismo.
Quanto ao Senhor Lula da Silva, parece que ainda mantém a confiança dos seus governados, se levarmos em conta as pesquisas. Mas, pesquisas não substituem o raciocínio. Seria melhor que fosse menos demagogo nos seus pronunciamentos, quase que diários, como bem escreveu a jornalista Dora Kramer, “cheios de obviedades, imagens pobres, metáforas gastas, megalômanos ou simplesmente tolos, plenos de argumentos desprovidos de nexo causal”.(“O Poder pelo avesso”, p.163, Ed. Barcarola, 2010).
Quando começam a aparecer no Brasil candidatos à chefia do Governo, é bom lembrar que o fator principal para um governo ter sucesso é que mantenha sua credibilidade junto ao governado. E esta credibilidade não se consegue de um dia para outro.É fruto de um trabalho constante de liderança na vida pública, no seio dos partidos, em que a coerência de procedimento, a firmeza de caráter, vão-no levando normalmente à chefia política e conseqüentemente à chefia do governo.Comparem os leitores a carreira dos dois principais candidatos atuais à Presidência da República e, pesquisem quais deles teve mais experiência na vida pública , na condução dos negócios públicos. Façam sua escolha. lembrando-se que um país se torna ingovernável, como já disse Confúncio ,quando o governante perde sua credibilidade junto ao povo
E, para reforçar ainda mais os pensamentos de Confúcio lembro este complemento, indispensável ao homem público para manter sua credibilidade, e que se deve a Albert Camus, escritor argelino, prêmio Nobel : “Integridade não precisa de regras.”
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