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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Congresso: está fechado?


Assisti, há poucos dias, na televisão, debate sobre a atuação do Congresso, tendo em vista os últimos episódios desmoralizantes, como os envolvendo o senador Sarney, e também os anteriores, “mensalão”, passagens indevidas, e outros atos dos senhores congressistas, como patrimonialismo e assalto aos cofres públicos.Muitos debatedores, inclusive pela internet, bradavam que, desta maneira, só fechando o Congresso e mandando para casa os atuais parlamentares. Foi quando um dos debatedores calmamente interveio: “Não precisa. O atual Congresso já está fechado”. Lapidar afirmação. Quando uma organização criada para executar determinados objetivos – o Congresso é uma delas – não consegue realizá-los, ela se fecha automaticamente, independentemente de qualquer ato específico para isto.




Os brasileiros, entretanto, tem que meditar seriamente sobre este estado de coisas. Tomemos alguns exemplos. Quando do escândalo do “mensalão”, muitos dos implicados que renunciaram seus mandatos para não serem cassados, foram reeleitos. Presidente da Câmara dos Deputados, flagrado recebendo propina de concessionário de restaurante da Câmara, renunciou para não ser cassado mas, na eleição seguinte, foi eleito Prefeito de sua cidade natal. Quem os elegeu? O eleitor brasileiro devidamente credenciado para isto.




A situação é pois, no meu entender, mais grave do que parece . A quem interessa a desmoralização de parlamentos em países ditos democráticos? Os aprendizes de ditadores como Chavez, Corrêa e outros destas “republiquetas” que nos cercam. Precisamos meditar seriamente sobre isto. O Brasil tem experiência própria no assunto.A ditadura Vargas do Estado Novo, (8 anos), mais o ciclo militar recente (20 anos ), trouxeram algum benefício em matéria de aperfeiçoamento democrático? Evidentemente que não.




Vamos fazer algumas considerações filosóficas. Permitam–me os leitores reproduzir trecho do grande Tocqueville, em sua “Democracia na América”, escrita há mais de 100 anos : “Sei que muitos de meus contemporâneos afirmam que nações não são senhoras de si mesmas, e que elas necessariamente são sujeitas a algum poder insuperável e incompreensível, advindo de eventos anteriores, de sua raça, do seu solo ou do clima de seus territórios. Tais princípios são falsos e covardes. Não podem produzir senão homens fracos e nações pusilânimes. A providencia não criou o gênero humano totalmente independente ou totalmente livre. É verdade que em torno de cada homem, um círculo fatal é traçado, alem do qual ele não pode passar; mas dentro dos extensos limites deste círculo ele é poderoso e livre; isto vale tanto para os homens quanto para as comunidades. As nações do nosso tempo não podem impedir que os homens se tornem iguais, mas dependem deles mesmo se o princípio da igualdade os conduzirá para a servidão ou para a liberdade, para o saber ou para o barbarismo, para o prosperidade ou para a desgraça” Sábias palavras e que se aplicam perfeitamente ao crítico momento que a nação brasileira esta atravessando.E porque estamos assim? Pelo despreparo e falta de atenção que os poderes públicos deram à educação do povo brasileiro. Esta falta de educação faz eleger para os cargos públicos homens despreparados, não só no Parlamento quanto no Executivo.Homens como nosso Presidente que, ama comícios diários, pois a tarefa de administrar lhe é incomoda, mesmo porque, não tem cultura para isto.Mas quem o elegeu e lhe dá os índices de popularidade que tem atualmente? Quem elegeu os atuais corruptos congressistas que , ressalvadas poucas exceções, preenchem as cadeiras do nosso atual Parlamento?O povo brasileiro. Isto só pode ser corrigido com investimento em educação e eleições continuadas.Anotem os bons brasileiros: não votar em nenhum dos atuais congressistas quando se apresentarem para reeleição. Será castigo merecido.


Para os que pregam o fechamento do Parlamento, deixo estas sábias palavras que, li algures: “ A pior Câmara é melhor que a antecâmara de um ditador.”




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