Pages

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

GLOBALIZAÇÃO




Uma das palavras mais pronunciadas e discutidas, atualmente, chama-se “globalização”. Mas, o que vem a ser isto e como surgiu? “ Globalização é uma invenção dos países ricos para dominarem os países pobres” , é o refrão do arraial dos retrógrados e de empresários viciados na proteção e reserva de mercados. Bobagens. A globalização não foi inventada por ninguém nem é arma de um pais para dominar outro. Ela é o resultado dos grandes avanços da tecnologia, principalmente no ramo das comunicações entre povos e pessoas. Alguns exemplos. Já pensaram que, hoje, leva o mesmo tempo para falar ao telefone com o vizinho ou com outra pessoa situada a milhares de distancia? Aviões a jato tornaram possíveis reuniões rápidas e soluções de negócios em período de tempo antes inimaginável. Envia-se por correio eletrónico (e-mail) correspondência e mesmo extensos trabalhos, para o outro lado do mundo, que são recebidos quase que instantaneamente, a um custo mínimo. Conclusão: a distancia está morta. E quanto às transações financeiras? Bilhões de dólares são movimentados de um praça financeira para outra, em questões de segundos, graças a tecnologia das comunicações pôr satélites. E o comercio eletrónico , as pesquisas, via Internet? Hoje tem-se acesso aos mais elaborados artigos e pesquisas, escritos em qualquer parte do mundo, pêlos mais renomados articulistas e cientistas, com o simples acesso a uma pagina da Internet. Compram-se livros dos catálogos de editoras, situadas em diversos países, que nos são entregues em pouco tempo. Reservam-se hotéis, compram-se passagens aéreas com simples consultas pela Internet. Paga-se tudo isto sem sair de casa, com débitos automáticos em conta corrente ou cartão de credito. Viaja-se sem levar dinheiro vivo e sim cartão de credito. E, por ai vamos. São alguns exemplos de como os países e povos vão se aproximando, quer seus dirigentes queiram ou não. Tudo isto é o que se chama de globalização, que, repetimos, não foi invenção de ninguém e sim da marcha inexorável dos tempos e da tendência inelutável do gênero humano de procurar sempre o progresso, e usufruir dele as conseqüências benéficas para suas vidas. Alvin Toffler em seu livro “A terceira onda”(The Third Wave) já previa isto. Algumas observações, entretanto, tem que ser feitas para melhor entendermos as conseqüências da globalização. Em primeiro lugar observa-se a crescente importância do capital financeiro. O avanço das telecomunicações, como dissemos, e da informática aumentou a capacidade dos investidores em nível mundial. Cerca de 2,0 trilhões de dólares são transacionados entre as principais praças financeiras mundiais em cada 24 horas. Isso é mais que o volume anual do comercio internacional. Capitais voláteis podem ir de um pais para outro, da noite para o dia, causando desequilíbrios financeiros. A crise financeira que assolou o Brasil depois das crises russa e mexicana é um exemplo. É necessário, pois, redobrada atenção das autoridades monetárias de cada pais para fazer frente às especulações. Outro aspecto importante é o papel das empresas transnacionais. Estas empresas procuram, cada vez mais, países que lhes possam oferecer mão de obra barata e boa tecnologia, investindo nesses países e agindo também por processos de aquisição ou fusão, tem grande importância na geração de empregos e formação de seu produto interno bruto. Tendo, na realidade, grande mobilidade industrial, devido a rapidez com que as trocas internacionais hoje se fazem, é vital, principalmente para os países em desenvolvimento como o Brasil, atrair estes capitais. Para isto os governos locais tem que apresentar, a estes investidores, quadros de boa gestão econômico – financeiras, pois os investimentos dessas empresas podem , rapidamente mudar de lugar. E, quais as conseqüências para o dia a dia do cidadão e para os governos?. Em primeiro lugar todo funcionamento de controles governamentais pêlos métodos atuais, tornaram-se obsoletos. A remessa de numerário de um pais para outro, os fluxos instantâneos de compras e remessas, a inserção do cidadão de um pais no mercado de outros países, características da globalização, fogem ao controle dos governos. Mas, como o Brasil, seus dirigentes, enfrentarão os problemas daí decorrentes? O que podem fazer é preparar tecnologicamente seus cidadãos para os novos desafios Ai avulta a necessidade de investimentos massiços em educação. Alem disto, a globalização não destroe a cultura, as características do comportamento de um povo que saiba preservar sua herança, sua maneira de sentir, de se comportar. Basta que suas instituições culturais, seus centros educacionais, estejam sempre atentos para a invasão de maneirismos, principalmente no linguajar, nas expressões mais vivas de sua arte, de sua musica. Felizmente o samba é bem forte...Sobre este receio basta lembrar estas palavras do grande Mahatma Gandhi : “Não quero que minha casa fique cercada de muros e que minhas janelas fiquem fechadas. Quero que as culturas de todas as terras soprem sobre minha casa, tão livremente quanto possível. Mas, recuso-me a ser derrubado por qualquer delas”. Nas relações de comercio a palavra chave deve ser uma só: reciprocidade.Ai, então devemos ter cuidado com a pressão e o comportamento dos países mais ricos. Afinal de contas, eles não chegaram onde estão fazendo benesses aos países mais pobres.. A globalização, quer queiramos ou não, veio para ficar. As fronteiras comerciais vão aos poucos desaparecendo, como aqui estão para atestar a União Européia, Mercosul, Nafta, Alca, etc. Atras disto virão a circulação livre dos cidadãos, a internacionalização dos mercados de trabalho, a disseminação das tecnologias, o intercâmbio livre das idéias, enfim o progresso interligado, com a conseqüente diminuição dos desníveis sociais Nos brasileiros, tratemos de tirar proveito das vantagens que as culturas superiores possam nos trazer com esta aproximação. Nada de complexos de inferioridade. A respeito do assunto, lembramo-nos de historia que nos contaram. Paul Reynaud, Primeiro- Ministro francês, viajava de trem em visita a Espanha. Dorminhocava, quando o trem se aproximou da fronteira,- “Sr. Primeiro- Ministro, acordou-o um assistente, estamos chegando à fronteira da Espanha”.- Reynaud, ainda meio acordado, murmurou:- “Oh ,fronteiras, estas cicatrizes da historia”.

Nenhum comentário: