Os números indicam que o Brasil terá bom crescimento econômico no ano em curso. Mas, a indagação que se faz é: será este crescimento sustentável? Na minha opinião será possível desde que, sejam feitas indispensáveis reformas no sistema tributário, flexibilizar a legislação trabalhista e, investir, maciçamente, em infraestrutura .Não seria possível detalhar todas estas medidas em artigo. Sugiro algumas que, minha experiência como administrador de empresas, durante bastante tempo, qualifica- me. Em primeiro lugar a tão falada reforma tributária. O povo brasileiro sofre das mais altas cargas tributárias do mundo como os números indicam.É urgente um estudo detalhado sobre o assunto, principalmente simplificar o procedimento de pagar os impostos. No Brasil pagar corretamente os impostos exige das empresas equipe de pessoal qualificado e altamente remunerado.Tudo isto encarece o preço dos produtos fabricados.É urgente esta reforma se quisermos manter o crescimento. Quanto à arcaica legislação trabalhista, criada nos idos de 1946 com a famosa “CLT- Consolidação das leis do trabalho”, não é preciso fazer muitos comentários. As grandes maiorias das pendências trabalhistas poderiam ser resolvidas por arbitragem, como acontece nos paises desenvolvidos. Os sobrecarregados juizes trabalhistas se defrontam, dia a dia, com ridículos processos criados por advogados inescrupulosos . É urgente estudo detalhado sobre o assunto que, reputo dos mais importantes, se quisemos ter crescimento sustentável.Chego agora ao tópico capital: infraestrutura, compreendendo saúde, educação e transportes. Deter-me-ei nos transportes, assunto de minha especialidade.Podemos subdividi-lo nos seguintes itens; rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial, portos, e aéreo.Como eles estão hoje? As estatísticas mostram que 60 % ( sessenta) de nossas rodovias estão em péssimo estado. Quanto ao sistema ferroviário ele é praticamente inexistente. Os grandes empreendimentos ferroviários,absolutamente necessários para escoamento da produção agrícola, como a “Ferrovia Norte-Sul,” a “Transnordestina”, a “Ferronorte”, para só citar algumas, estão com seus cronogramas de construção grandemente atrasados. O transporte marítimo de cabotagem é mínimo, agravado pelas péssimas condições de nossos portos marítimos . No transporte marítimo de longo curso, poucas são as empresas de bandeira brasileira. E, nunca é demais lembrar que, cerca de 98% ( noventa e oito) de nossas cargas de exportação são transportadas por via marítima.Quanto ao transporte fluvial ele é praticamente inexistente. Detentor da maior bacia fluvial do mundo, nunca soubemos aproveitá-lo comercialmente. E, pasmem.O transporte fluvial é 12 (doze) vezes mais barato que o transporte rodoviário, nossa matriz principal.Acrescesse a isto a construção de hidrelétricas – absolutamente necessárias – sem as eclusas para permitir a navegação continua.Exemplo recente: a construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau no rio Madeira. Este rio totalmente navegável, e que permitia o escoamento da soja produzida em Mato Grosso, teve sua navegação interrompida pelos “paredões”. Ainda há tempo de corrigir o erro para não repetimos Itaipu construída sem as eclusas que, se tivessem sido construídas, permitiria o transporte de carga por via fluvial desde São Paulo até Buenos Aires, com grande economia no custo dos fretes. Não é preciso falar dos aeroportos todos eles operando acima de sua capacidade, exigindo grandes investimentos para sua modernização .
Qual a solução visto que o governo não tem recursos e o endividamento público já passou dos limites? Uma só: privatização. Entreguemos à iniciativa privada a construção ampliação e operação de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos marítimos. Os mecanismos legais já existem para possibilitar este objetivo. Falta é vencer a resistência dos eternos estatizantes e, vontade política do atual governo, mais interessado em criar estatais como a ressurreição da Telebrás, nova empresa para operar o pré- sal e outras. Afinal de contas é necessário empregar os “companheiros”. Sem solução destes problemas não haverá crescimento sustentável.Termino com este pensamento de Tony Blair, que cabe como uma luva no governo Lula; “Não é um governo arrogante que escolhe prioridades.É um governo irresponsável que deixa de escolhê-las”.
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Um comentário:
Estimado José Celso,
Em 1984 tive o privilégio de conhecê-lo e trabalhar ao seu lado, como sua secretária.
Naquela época eu estava deixando pra trás a carreira de paisagista e iniciando, o que se tornou uma carreira de sucesso, como executiva.
Tantos anos depois, estou fazendo a manobra de volta, ou seja, acabo de me aposentar da Globosat e estou retomando meu caminho como paisagista/urbanista.
Ao longo de todos esses anos nunca abandonei minha paixão pela natureza e, embora tendo pouco tempo para me didicar, consegui algumas vezes conciliar a vida corporativa com os projetos paisagísticos.
Terei imenso prazer em retomar o contato com você, por quem tem estima, respeito e adimiração.
Grande abraço,
Maria Alice Fazolo Freire
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