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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Obras públicas: prioridades


Vamos deixar de lado a política e tratar de coisas que realmente interessam: obras para alavancar o progresso do país.Agora que só se fala em Pré-sal, torna-se arriscado falar em outras obras. Mas, vou tentar. Alem disto, neste imenso país, com tantas obras necessárias para acelerar o desenvolvimento, chega ser temerário selecionar prioridades. Mas, vou aproveitar minha experiência de longos anos na área de transportes e estudo dos rios, para oferecer algumas sugestões.
Começo pela Ferrovia Norte-Sul Esta ligação ferroviária, quando terminada, será importantíssima para nosso interior. Breve descrição: partindo da Açailândia (MA), onde se interliga com a estrada de ferro Carajás, já construída, segue em direção ao Sul, passando por Imperatriz (MA), Estreito (MA), até chegar a Colinas do Tocantins ( TO). Dali, sempre em direção ao Sul, vai até Porangatu (GO) e se interliga ao sistema ferroviário existente em Senador Canedo (GO), completando a ligação com o setor ferroviário sul.Quem se der ao trabalho de olhar o mapa do Brasil, compreenderá, , os enormes benefícios que trará à região central do Brasil, onde grandes empreendimentos agropecuários estão em desenvolvimento mas, carentes em transportes, encarecendo a produção. E, nunca é demais lembrar que o transporte ferroviário é 5 (cinco) vezes mais barato que o transporte rodoviário. Já imaginaram cargas de exportação sendo embarcadas pelo Porto de Itaquí, em São Luis , dos mais bem dotados do país em matéria de calado, podendo receber navios até 300.000 tdwt , excelentemente bem equipado para graneis e carga geral ?A estrada de ferro Carajás tem seu terminal neste porto. E a economia nos custos de transportes das mercadorias, com a eliminação de milhares de milhas marítimas, quando, hoje, temos que usar o porto de Paranaguá (PR), para embarcar a produção mencionada? Alem do mais Paranaguá não permite a atracação de navios de grande capacidade devido a pouca profundidade de seu canal de acesso.A obra está incluía no PAC mas, lamentavelmente, vai em ritmo lento e , com denúncias de irregularidades.contratuais.
A segunda obra - mas não menos importante - é a Hidrovia Araguaia-Tocantins. O rio Tocantins, com a construção da barragem de Tucuruí e terminação da eclusa (em construção), tornar-se-á navegável numa extensão de 715 km, desde Belém até Imperatriz (MA) .No rio Araguaia, afluente do Tocantins, espera-se a construção da barragem de Santa Isabel, obra simples com projeto e concorrência de construção realizados. No entanto, a obra está paralisada desde 2002 por objeções do Ibama.Vencido este obstáculo, o rio teria 1800 km de via navegável. Somado com a parte do Tocantins, o interior do Brasil ficaria com excelente hidrovia com 2515 km, de Belém (PA) até a cidade de Balisa (GO). Mato Grosso é hoje o maior produtor de soja do país, e a soja em vez de escoar-se pelo tecnicamente inferior porto de Paranaguá, seria embarcada pelo porto de Vila do Conde, próximo a Belém. Isto economizaria 5000 mil milhas marítimas, com notável barateamento do custo da soja brasileira no mercado mundial. E, o transporte hidroviário é 12(doze) vezes mais barato que o transporte rodoviário.
Outra obra muito importante , é a chamada Transposição de águas do Rio São Francisco. O projeto é por demais conhecido. A população beneficiada será de mais de 10 milhões de habitantes, com geração de mais de 1,5 milhões de empregos e propiciando superfície irrigada de 600 mil hectares. Para a obra serão retiradas do rio 70 m3/seg. de água , menos de 10% ( dez) do que é jogado fora no oceano. Está incluído nas obras do PAC mas, segundo dados, no andar que vai, levará 15 anos para ser concluído Entretanto , é de altíssima prioridade para melhorar as condições de vida da sofrida gente nordestina. O Presidente Lula, com sua recente visita às obras, demonstrou seu interesse no empreendimento. Só falta aumentar o ritmo da construção.
O importante é estabelecer corretas prioridades para obras em país tão necessitado delas e, com poucos recursos..Pois como dizia o cancioneiro: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

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