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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Liberalismos



Tem-se discutido muito, entre nós, a questão do liberalismo, seja ele econômico ou político. Como me filio à chamada “corrente liberal” gostaria de tecer algumas considerações sobre o tema.No que tange à economia, é evidente que os tempos do chamado liberalismo econômico, da política do laissez-faire , já há muito se foram. A velha concepção da escola individualista, do Estado ser apenas arrecadador de impostos, distribuidor de justiça e mantenedor da ordem, não tem mais lugar ante a necessidade de sua função como coordenador das grandes forças econômicas, tão importante quanto suas funções políticas e jurídicas. Mas, é no exercício desta função econômica, que se exige o máximo de cuidado para não se cair no excesso de intervencionismo, gerando estatização da economia.. Recentes declarações do Senhor Lula, a respeito da intervenção do Estado em setores da economia, mostra que Sua Excelência não se livrou dos hábitos que adquiriu como dirigente sindical de empregados, todos adeptos do aumento do número de empresas estatais, estes “cabides” de empregos, como se observa nas empresas estatais do Brasil.É preciso arranjar emprego para os”companheiros”...
O momento econômico que o mundo está atravessando também estimula os adeptos da estatização.
De uma vez por todas, temos que definir os rumos deste país. Não podemos brincar de capitalistas, ao mesmo tempo que pululam no Congresso projetos de lei de caráter nitidamente estatizantes. Como o de deputado que queria criar a “Aerobras”, empresa de aviação sob controle do governo.Estas manifestações, partindo dos representantes do povo, dão o que pensar, pois a pretexto do Estado intervir para proteger “minorias”, “distribuir riquezas”, “eliminar desigualdades sociais”, etc. etc.,o que querem é aumentar vagas para colocar seus apaniguados. Que o diga o atual PMDB. Esta, pois, a verdadeira questão quando se discute o liberalismo na área econômica: determinar até onde vai a necessidade da ação coordenadora do Estado Moderno, levando-se em conta as peculiaridades de cada país, mas sempre tendo em mira deixar a imaginação criadora como apanágio da livre empresa, estimulando-a e amparando-a, jamais cerceando ou competindo com ela.
No que se refere à política, estão vivos, mais do que nunca, os ideais clássicos do liberalismo.Porventura, estão mortos os princípios da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” , lançados pelos franceses em1789? Por acaso, os Direitos do Cidadão,a Liberdade Religiosa e de Expressão, tão bem explícitos na Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, em1776, já estão fora de moda? E as quatro liberdades de Roosevelt, pelas quais lutamos na ultima grande guerra contra o fascismo e o nazismo: “A liberdade da palavra e da expressão, a liberdade do credo, a liberdade de estar ao abrigo das necessidades e a liberdade de viver ao abrigo do medo”, não mais constituem os anseios de todo ser humano? Estes documentos são a síntese do pensamento liberal, os guias-mestres da conduta de um pais que se presuma uma democracia. Jamais se tornarão obsoletos, pois , a conservação desta filosofia é que anima os amantes da liberdade a lutarem pela construção de uma pátria justa.É preciso, entretanto ,não confundir liberalismo econômico com liberalismo político. Enquanto aquele teve que sofrer mutações que os séculos foram impondo à ordenação da sociedade, este continua cada vez mais vivo, pois diz respeito à pessoa humana e àquilo que ela tem de mais caro: a liberdade. Não misturemos “alhos com bugalhos”
Para terminar, com respeito à intromissão dos governos, seja na economia seja na política em geral, sempre me lembro do conselho de Goethe:”O melhor governo é aquele que faz a si mesmo supérfluo”


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